Antes de falarmos sobre os escorpiões, animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno e podem injetar toxinas através de suas presas.
Os escorpiões são aracnídeos e possuem quatro pares de patas, um par de pinças no extremo anterior e um ferrão com glândulas de veneno na ponta da “cauda” articulada.
Atualmente existem cerca de 1.400 espécies de escorpiões distribuídas pelo mundo, com exceção da Antártida.
No Brasil as espécies mais importantes pertencem ao gênero Tityus, destacando-se as espécies Tityus serrulatus (escorpião-amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião-preto ou marrom).
O escorpião-amarelo possui a coloração do corpo amarelada e, no quarto segmento da cauda, uma serrilha, facilmente visível, além de uma mancha castanho escura no último segmento anterior à glândula de veneno.
Essa é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças.
O escorpião-preto ou marrom tem o corpo de coloração castanho escuro, com seus apêndices mais claros e manchas da cor do corpo, principalmente nos braços das pinças.
Num todo, eles não são agressivos. Porém, se perturbados com persistência, não duvide deles.
O veneno dos escorpiões contém substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neurotoxinas, histaminas, serotonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras.
A toxicidade do veneno de um escorpião compara-se com o tamanho de suas pinças; quanto maiores, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e, quanto menores, mais potente e letal o veneno do escorpião pode ser.
O veneno de escorpiões do tipo Tityus serrulatus, é o veneno mais tóxico de todos os escorpiões da América do Sul, age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal.
Todos os escorpiões são venenosos, porém apenas 25 espécies podem ser mortais aos humanos. Sua ferroada assemelha-se em grau de toxicidade da ferroada de uma abelha.
O tratamento consiste na aplicação local da ferroada de um anestésico (lidocaína a 2%) e soro antiescorpiônico (obtido de escorpiões vivos).
O tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento.
Escorpiões não são privilégio de quem mora fora da cidade, também estão presentes em residências nos grandes centros urbanos, sobretudo em locais onde há acúmulo de material de construção (tijolos, telhas, madeira) e lixo.
Os cuidados com a coleta sistemática do lixo e a limpeza de quintais e terrenos baldios são excelentes formas de diminuir a presença dos escorpiões, que se escondem durante o dia sob material acumulado.
Alguns escorpiões podem brilhar quando expostos à luz ultravioleta (UV), adquirindo uma cor verde-fluorescente, pois seu exoesqueleto é fotossensível. O exoesqueleto do escorpião é muito sensível à radiação ultravioleta.
O mais importante é a conscientização que o problema com escorpiões é responsabilidade de todos nós.
Para evitar acidentes com escorpiões, é importante usar calçados fechados, luvas e roupas adequadas para trabalhar em áreas de risco. A presença de escorpiões deve ser comunicada ao Centro de Controle de Zoonoses da região.
Em caso de picada de escorpiões, mantenha a pessoa calma e imóvel, lave o local da picada com água e sabão e aplique gelo para reduzir a dor e o inchaço, mas não faça torniquete nem corte a área.
Ligue para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou vá a um hospital o mais rápido possível. É essencial buscar atendimento médico imediatamente, pois o tratamento antiveneno pode ser necessário.
Eliminar os possíveis abrigos e fontes de alimento dessa espécie de aracnídeo, principalmente os focos de baratas (principal alimento dos escorpiões).
Não coloque a mão em buracos no solo, embaixo de pedras e fendas em árvores, pois além de escorpiões, estes locais podem abrigar aranhas, ratos e cobras.
Proporcionar uma adequada conservação dos jardins, não acumulando pilhas de madeiras, telhas, tijolos e outros materiais.
Manter sempre um controle de baratas, eliminar os possíveis abrigos e fontes de alimento, e quando necessário, chamar uma empresa especializada de controle de pragas.
Não acumular materiais ou entulhos de construção e utilizar telas protetoras nos ralos.
Em casas de campo, é aconselhável sacudir roupas, botas e sapatos antes de utilizá-los. Outra medida preventiva é evitar o acúmulo de lenha para lareiras e outros materiais.
Ocasionalmente, encontramos escorpiões em residências que não apresentam estas condições, podendo a infestação ser oriunda de terrenos baldios e casas abandonadas na vizinhança.
Vale lembrar que o melhor é se prevenir e tomar as devidas precauções para manter sua casa segura.
Por fim, se você encontrar um escorpião em sua residência, entre em contato com as autoridades locais ou uma empresa profissional de controle de pragas para sua remoção segura, tratamento e proteção dos ambientes.
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